domingo, 18 de outubro de 2015

Marca-dores.

Algumas coisas te marcam, nem sempre de um jeito bom.

Essas coisas fazem de nós o que somos hoje, justificam as atitudes que tomamos a partir delas, nos motivam a tomar decisões para o futuro e, na maioria das vezes, nos prendem em nós mesmos, como um segredo particular. "Marcadores da vida".

Freud explica que o que vivemos na infância, reflete na vida, na sexualidade principalmente. Diz que “Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos.”, concordo com ele.

Não importa o quanto você esconda isso de todos (e de si mesmo) naquela caixinha na memória intitulada “Coisas para esquecer”. Não adianta, você ainda guarda a caixa.

Uma hora ou outra tudo isso explode. Foi o que aconteceu comigo.

Eu já tinha revivido essas lembranças milhares de vezes, já tinha chorado e escrito sobre elas, mas acho que não foi suficiente. Eu precisava contar pra alguém. Contei.

Não era o momento, não era o lugar, mas era a pessoa certa.

Primeiro senti a mistura de pânico e vergonha, como se a caixa tivesse aberto e eu desesperadamente tentasse fecha-la. Depois senti um alivio, eu não precisava mais guardar aquilo, pelo menos não com tanta amargura.

Aquilo que me feria tanto a ponto de me deixar dormente, de mudar tanta coisa em mim, tinha se esvaído como fumaça e eu me senti leve.


Leve como a brisa que bate no meu rosto quando vou passar fim de semana no interior. Leve como o sorriso da minha avó quando eu faço uma piada estranha. Leve como a gargalhada da minha irmã. Leve como os beijos do meu namorado. Leve como quando danço.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Ela é Passado, Eu sou o "Futuro"

Eu sei, eu sei.  Não posto há algum tempo, mas sou daquelas que só funciona com inspiração e só posta quando esta totalmente satisfeita com o texto. Sou dessas.

Pensei em postar textos que eu já tinha feito antes, que ficaram guardados nas pastas do computador ou aqueles que escrevi no Tumblr, textos muito bons e cheios de sentimentos. Porém percebi algo que qualquer um teria percebido: Eu não sou mais aquela garota.

Aquela garota falou a vida toda que faria Direito, e no 2º ano do Ensino Médio jogou tudo pro alto. Eita menina doida! Ela amava um garoto que não fazia bem pra ela. Ela engolia palavras pesadas pelas atitudes na escola e pelo seu peso na Dança. Ela se refugiava nos livros. Ela chorava escondida.

É tanta semelhança e diferença entre “eu” e “ela”.

Hoje eu faço Biologia, aprendo uma coisa nova todo dia. Estou com o coração de bem, amando a mim mesma e mais alguém.  Aprendi a me defender, ignorar e se necessário perdoar (não que isso funcione 100% das vezes, sou um ser humano). Desisti das dietas malucas, mas nunca vou desistir da Dança. Continuo lendo muitos livros, mas não choro escondida. Eu cresci. Eu mudei.

Mudei e recomendo. Recomendo para as pessoas que me julgaram, para os que têm medo de mudar o rumo da vida, para os que não conseguem se livrar do passado, para os corações partidos, para quem se prende em afazeres como eu fazia com a leitura se escondendo de todos.  Recomendo pra todo mundo.

Tem um mundo aqui fora, amiga. E sabe a melhor parte? Nesse mundo, chamado “Presente”, não ligamos pro seu passado, ligamos para o agora, para um tal de “Futuro”.


Mudar faz bem, mude pra melhor, mude pro melhor que você pode ser. Boa sorte!

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Desmoronar e Reconstruir

Já notou como tudo sempre esta em constante movimento? As vezes lento, as vezes frenético, mas em movimento...

Outro dia eu estava na aula e no meio das anotações rápidas (e um tanto malucas) nos meus papéis de ofício me deparei escrevendo a citação: “O universo tende ao caos”. Na hora deixei passar, mas hoje tudo fez sentido. Ou pelo menos, um sentido mais próximo da minha realidade não científica.

Fim de tarde minha mãe chegou a casa com o cabelo cortado um pouco abaixo do ombro e um sorriso tímido no rosto. Meu sorriso se abriu por completo. Ela me perguntou como ficou, eu a abracei e disse “eu gostei, esta mais linda ainda”.  E ela estava.

Faz 3 anos que ela mantinha o cabelo longo até o fim das costas e 3 meses que a demitiram do emprego. Ela não estava a muito tempo lá, não ganhava tão bem  mas era o dinheiro que pagava metade das contas de casa e o colégio da minha irmã mais nova. E para piorar, ontem meu padrasto perdeu o emprego também.

Ninguém estava muito feliz sabe? Como poderiam? Eles podiam rir do que minha irmãzinha falava “Eu? Eu que não quero trabalhar nesses empregos que demitem a gente” mas todos sabemos o quanto a segurança de estar empregado faz falta.

Foi um desmoronamento.

A gente vai criando pequenos barracos, casas, casarões, mansões e castelos com sonhos e planejamentos, se baseando no que temos hoje, e então, “puff” eles podem desmoronar e só restar escombros.

Ficamos perdidos. Certas coisas perdem sentido, caem muitas lágrimas, perdemos a noção e o objetivo. Como se comungássemos com o universo e sua desordem.

Se Clarice Lispector visse esses capítulos das nossas vidas, diria que estamos a espera dos nossos “momentos epifânicos”. O cabelo cortado de minha mãe foi mais do que estética, foi um convite a um recomeço.

Significava que ela estava reconstruindo a sua alma, passando merthiolate nas feridas, colocando bandeide sobre as cicatrizes, pegando os sonhos que sobreviveram e colocando na bagagem, deixando os restos pra trás e se bobear passando corretivo nas olheiras. Refletia o jeito dela de dizer pro mundo “oi estou pronta pra outra”.

Se reconstruindo.

É mãe... a cada dia que passa percebo o quanto aprendo com a senhora. Ah, como eu quero um dia aprender a sorrir assim e dizer pro mundo “Vem com tudo que eu to pronta pra outra”.


terça-feira, 21 de julho de 2015

Uns 16, 17...

É confuso. Você espera tanto tempo por essa idade, como se um milagre fosse acontecer ou como se fosse achar um grande talvez (oi John Green), e do nada, assim sem perceber, essa idade passa e você continua a mesma pessoa. Eventualmente um pouco mais forte.

Talvez isso tenha acontecido só comigo, não sei. O importante é: Eu não estudei em um internato, não fui chamada para Hogwarts, continuo mundana, não me tornei vampira, não entrei em nenhum reality show que me levasse à morte ou que me elegesse princesa. Ainda sou a mesma garota, porém sobrevivi ao Ensino Médio.

Não sei quantos anos você tem leitor, mas vai que você ainda não passou por essa fase do famoso “patinho feio”? Ou já reparou que os livros e filmes de hoje só trazem personagens de 16, 17 anos? Onde você só quer se sentir parte de um grupo, se sente só, e talvez como eu, tenha se fechado no mundo dos livros.

Lá encontrou esses personagens que ou eram muito parecidos com você ou eram o que você queria ser. Eles tinham a sua idade, viviam aonde você queria viver, tinham aventuras, amigos legais, relacionamentos sérios, amizades coloridas, te davam motivos para rir do nada, e talvez até te motivassem a fazer o que a timidez não deixava.

De qualquer forma, vou te contar um segredo (se tivessem me contado isso eu jamais teria me preocupado com tanta gente sem noção):  Relaxa que o mundo real não é assim, mana!

Insegurança é normal, todo mundo tem (até aquela garota chata que pratica bullying com você, acredite). Não tente ficar imitando os outros, autenticidade chama mais atenção e é um dos motivos de você ser querida pelas pessoas. Não perca tempo. Não importa se seu objetivo é fazer Medicina, Letras, Dança ou ser cantor em uma banca de reggae, foque no que é importante pra você e lute por isso.

Você vai passar noites em claro, mergulhar em xícaras de café (meu caso!), vai estudar feito condenado, treinar até sentir os músculos latejando, brigar com seus pais, terminar, começar e reiniciar amizades e relacionamentos, entrar em desespero ocasional. É o Ensino Médio, ninguém te disse que seria fácil né?

E sabe aquela frase famosa que sua mãe vive dizendo pra você: “Você vai rir de tudo isso mais tarde”? Pois é, ela deve estar certa porque sempre rio quando lembro disso tudo. Imagina quando chegarmos no “nível hard” da vida?

P.s. Vai valer a pena.  

domingo, 19 de julho de 2015

O primeiro de muitos

Existem meninas que passam a vida toda esperando pelos 15 anos, outras que sonham com os 18. Eu só queria ter ficado nos 10 e estava tudo ótimo, valeu e obrigada. Contudo, como o tempo é uma das várias coisas que nunca teremos controle: ele passou, passou rápido.
E com 18 anos digo: NADA MUDOU!
Continuo superprotegida, com mais horários a cumprir, pedindo permissão pra sair, pouco tempo para qualquer coisa que eu queria fazer além da rotina. A vida só esta me cobrando mais.
Porém, não da pra dizer que eu não tenha sonhos pra essa idade, claro que eu tenho. Entre eles: fazer uma tatuagem, mechas azuis, colocar um piercing estilo helix na orelha, emagrecer uns 10 quilos sem fazer dieta e criar coragem pra fazer um vlog ou blog. Bom, desses eu só tinha controle de um então resolvi fazer o Blog.
E aqui está: Oi, sou Milla Rayssa, e finalmente criei coragem pra fazer um blog.